Biografia da Amália Rodrigues:
Em 1920Amália da Piedade Rodrigues nasceu na Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena, próximo da Mouraria, em Lisboa. Os pais eram naturais da Beira Baixa mas radicados em Lisboa durante alguns anos. É a quinta de nove filhos. A data certa do nascimento é desconhecida: em documentos oficiais nasceu a 23 de Julho de 1920,mas Amália sempre considerou que nasceu no primeiro dia desse mês. Não é o que ficou declarado no Registo Civil. Para ela o que importava é que foi no tempo das cerejas e no signo do Leão.
Em 1929
Os pais deixam Amália na casa dos avos maternos em Lisboa, porque não tinham dinheiro. Inicia a escola primária em Lisboa, na Escola Primária da Tapada da Ajuda. É numa festa da escola que canta pela primeira vez em público.Os pais de Amália voltam novamente para Lisboa, mas Amália continua a viver com os avós.
Amália inicia o 1º trabalho como borbadeira depois de acabar o 1º ciclo do ensino básico.
Em 1935
Vai trabalhar com a irmã Celeste, dois anos mais nova, no Cais da Rocha, acompanhadas pela mãe, vendedora de fruta. Sai na Marcha de Alcântara, depois de os seus responsáveis a ouvirem cantar na rua, como era seu hábito, cantando como solista "Fado de Alcântara". As marchas populares ficarão para sempre no reportório de Amália.Numa festa de beneficência, Amália canta pela primeira vez em público acompanhada à guitarra, pelo tio João Rebordão.
Em 1938
Concorre ao Concurso da Rainha do Fado dos Bairros, no qual não chega a participar pois as outras concorrentes ameaçam desistir se ela concorrer, e Amália acaba por desistir da participação. Neste concurso conhece Francisco da Cruz, um jovem de 23 anos, torneiro mecânico e guitarrista amador, com quem se casará em 1940, casamento que dura dois anos. Nos ensaios do Concurso da Rainha do Fado dos Bairros, Amália é notada por um assistente que a recomenda a Jorge Soriano, director da casa de fados Retiro da Severa. A audição foi um sucesso, mas para não contrariar a família, acaba por não aceitar o convite. Como fadista amadora exibe-se em vários locais com o nome de Amália Rebordão, devido ao seu irmão Filipe Rebordão, pugilista relativamente conhecido.
Em 1939
Estreia-se no Retiro da Severa, como fadista profissional. O êxito no Retiro como artista exclusiva é um sucesso, e espalha-se por toda a Lisboa pela boca do público. Imediatamente passa a cabeça de cartaz.
Em 1940
Canta no Solar da Alegria, Café Mondego e Retiro da Severa, como artista exclusiva e já com reportório próprio. É no Solar da Alegria que José de Melo passa a ser seu empresário. É José de Melo que afasta Amália da gravação de discos, com o argumento de que os discos iriam afastar o público das casas de fado.Inicia a sua colaboração com o poeta Linhares Barbosa, e com Frederico de Brito e Gabriel de Oliveira.Amália e Francisco da Cruz casam mudando-se para casa da família dele, em Algés.Estreia-se nos palcos no Teatro Maria Vitória na revista Ora Vai Tu!. Amália é atracção convidada.Inventa a fadista vestida de negro com xaile negro.
Em 1943
Primeira actuação no estrangeiro. O embaixador Pedro Teotónio Pereira convida-a a actuar em Madrid, onde assistiu a grandes espectáculos de flamenco, música com a qual se identifica. É a esta viagem que Amália atribuía o seu prazer em cantar canções espanholas e flamenco.Estreia no Teatro Apolo da revista Alerta Está! Onde Amália actua ao lado de Mirita Casimiro e Vasco Santana, interpretando quatro temas.Amália e Francisco da Cruz separam-se, regressando Amália para casa dos pais.
Em 1969
Efectua uma grande tournée pela União Soviética, onde actua pela primeira vez.Pouco tempo depois da edição do seu quinto EP de marchas populares, é lançado o álbum Marchas de Lisboa, reunindo uma selecção das melhores marchas gravadas entre 1963 e 1968.Recebe o Prémio Pozal Domingues pelo disco "Vou Dar de Beber à Dor".É convidada de honra do Festival do Marais, em França, e das Olimpíadas da Canção, em Atenas.Canta em Nova Iorque, França, Moçambique, Rodésia e África do Sul.É editado o álbum Vou Dar de Beber à Dor, primeira de uma série de compilações lançadas ao longo dos anos 70, reunindo material publicado anteriormente em singles e EP avulsos.
Em 1983
Dá o seu primeiro grande concerto a solo em Portugal, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.Actua no Coliseu do Porto.É editado o duplo álbum O Melhor de Amália - Estranha Forma de Vida, que atinge o 1º lugar de vendas de álbuns, mantendo-se oito meses no top e vendendo para cima de 100 mil exemplares.Regressa ao Olympia de Paris.
Em 1990
Grande espectáculo de homenagem no Coliseu dos recreios, em Lisboa, onde recebe, no palco, do Presidente da República, Mário Soares, a Ordem Militar de Santiago da Espada, grã-cruz.Homenagens em Madrid, Paris, Tóquio, Rio de janeiro, Nova Iorque, Lisboa (Teatro Nacional de S. Carlos) e no Coliseu do Porto.Amália actua no Town Hall de Nova Iorque, num concerto que é filmado pelo realizador português radicado nos EUA, Bruno de Almeida.É editado Obsessão.
Em 1995
É editada pela primeira vez em CD a compilação Estranha Forma de Vida - O Melhor de Amália. A RTP transmite, ao longo de uma semana, a série documental "Amália - Uma Estranha Forma de Vida", cinco episódios de uma hora, dirigidos por Bruno de Almeida, incluindo muitas imagens de arquivo provenientes dos cinco cantos do mundo e nunca antes exibidas em Portugal, entre as quais a estreia de Amália na TV americana, no programa de Eddie Fislier.Amália é homenageada num espectáculo na Gare Marítima de Alcântara, exibido em directo pela RTP.São editados pela primeira vez em CD Gostava de Ser Quem Era e Lágrima, completando a disponibilização em CD de todos os álbuns publicados por Amália na Valentim de Carvalho.Amália é a convidada inaugural do programa de variedades da RTP-1, "Noite de Reis", que pretende homenagear personalidades públicas nacionais.É editado Pela Primeira Vez - Rio de Janeiro 1945, CD que reúne as 16 gravações que Amália realizou no Rio de Janeiro em 1945 para a editora Continental.A Valentim de Carvalho edita em vídeo a série documental "Amália - Uma Estranha Forma de Vida", numa tiragem limitada a mil exemplares vendidos exclusivamente ao balcão das lojas Valentim de Carvalho.
Em 1996
Pausa por doença grave.
Em 1999
Amália Rodrigues morreu no dia 6 de Outubro, com 79 anos.
Trabalho realizado por:
Catarina e Érica
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